sexta-feira, 4 de maio de 2007

Violência no Bocage faz movimento diminuir

Faz algum tempo o bar Bocage, na região do Jardim Paulista era um ponto de encontro muito bom para os freqüentadores da noite paulistana alternativa, um dos lugares mais importantes para a comunidade GLBT de São Paulo. O Bocage era um local em que amigos confraternizavam e tinham conversas saudáveis. Mas atualmente alguns problemas graves têm afastado os gays dessa região. Ano passado um homossexual foi assassinado por uma guangue skinhead e há dois meses, a polícia colocou no local algumas viaturas para fazer guarda.

A estudante Valquíria Almeida que freqüenta o bar, acredita que o que acontece hoje em dia é por causa da mistura de classes sociais no bar e porque o nível caiu muito." Para juntar gente de classes diferentes é necessário se ter educação, cultura e bom senso. Eu sou de uma outra época do Bocage, quando ele ainda era na outra esquina. Você encontrava pessoas cultas, formadas, pessoas mais velhas, com caráter ilibado. Hoje em dia você encontra molecada, pessoal que começou agora, com 15 e 16 anos, agressivas, com desvios psicológicos. Uma variedade muito grande unindo numa coisa só". Valquíria também contou que viu uma briga que envolveu até o dono do bar e que um outro dia, observou um rapaz no hospital que havia apanhado no Bocage. A questão do preconceito no mundo gay para ela também é motivo de constragimento. Ela disse que no dia da entrevista estava apenas esperando um grupo de amigos e que já ia embora rapidinho.

Embora o movimento tenha caído muito nos últimos dois meses, Ivan Gonçalves, barman do Bocage acredita que as ações tanto da polícia civil e militar, que iniciaram após o assassinato estão dando resultado. "Já faz uns dois meses que está mais sossegado por causa do trabalho das duas polícias, inclusive eles colocam base comunitária, aportando alguns suspeitos. A polícia civil com a investigação e a militar com o efetivo." Segundo ele, a correria que os freqüentadores faziam para fugir das gangues que "aterrorizavam" o local, não acontece mais.

Para o estrangeiro Edgar Kim, que também freqüenta o bar e presenciou o assassinato do gay por skinheads a violência também melhorou, mas que às vezes ainda aparecem gangues. "Os caras aparecem de vez em quando, mas agora está sossegado, mas tem uns punks querendo brigar, mas sempre a polícia dá uns pega". Ele também acha que antes as coisas eram melhor. Hoje e há dois meses também a TV Record divulgou imagens de pessoas sendo agredidas na rua Vieira de Carvalho, outro point gay da cidade.

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