segunda-feira, 18 de junho de 2007


A manifestação reuniu diversos bingos do Estado (foto: Cesar Irikawa)

Passeata em favor dos Bingos reúne mais de 4 mil em São Paulo

Uma passeata contra o fechamento dos bingos promovida pela Força Sindical aconteceu na manhã do dia 4 de junho, no centro de São Paulo. Segundo a agência Brasil, estiveram presentes 4,2 mil pessoas de diversos funcionários de vários bingos do estado para lutar por seus empregos.

Para Márcio Ferreira, chefe de mesa do bingo Metrópole, na avenida São João, que está fechado, disse que ainda não foi demitido e que há bingos que estão fechados há mais de um mês. Ele também afirmou que a estimativa é de que 300 mil pessoas trabalhem diretamente ou indiretamente no mercado dos bingos. “Não fizeram nenhuma lei ainda e nós estamos manifestando para ver se eles aprovam as leis dos jogos, vê se consegue abrir porque é muita gente que vai ficar desempregada. A tendência é se não abrir eles demitirem todo mundo, por isso nós estamos fazendo essas manifestações para ver se consegue.” Para ele o Bingo não é ilegal. “É uma diversão, o pessoal vai porque gosta de jogar, não tem nada de ilegal, nada demais é uma atividade normal”.

Já Paulo Roberto, vendedor de cartela do bingo Circus de Moema, que trabalha em Bingo desde 1995, disse que no horário em que trabalha são 15 pessoas e ao todo umas 30 pessoas no Bingo total. E afirmou que há bingos que emprega 400 funcionários e com carteira assinada. Roberto disse que até 2002 o funcionamento dos Bingos era regularizado, que a Lei Vico regularizava os bingos, e com as liminares os bingos podiam funcionar normalmente. Ele também foi para a manifestação de Brasília em que reuniu 10 mil pessoas há três semanas. “É muito gente desempregada, parada e se eles fecharem como a gente fica? É um problema, tem que regularizar? Tem. Não tem fiscalização nenhuma, não é legalizado porque há outros interesses por volta, de repente, é mais vantajoso não regularizar para muitas outras pessoas. Acho que não houve ainda um interesse muito grande por parte dos políticos de regularizar, nunca houve interesse. Você vê gente ganhando dinheiro que apareceu na TV, com ministros e juízes envolvidos, na Operação Furacão. Acho que dá para regularizar, para fiscalizar, dá para arrecadar muitos impostos e manter os empregos. Na minha condição de funcionário eu to preocupado com o meu emprego. Tem meios de regularizar máquina, o bingo, tirar proveito disso, coisa que eles não tão fazendo, se eles fiscalizarem melhor, eles vão arrecadar mais e a gente continua trabalhando. Deixaram a coisa expandir crescer e de um dia para o outro não tem mais.” Segundo ele, já existe um projeto de legalização dos Bingos, mas leva tempo para aprovar. “Se continuar parado, é bem provável que o mês que vem a gente já não receba”.


Já para Vinícius Lopes, gerente do bingo Golden Stars de Santa Bárbara do Oeste, em que trabalham cerca de 100 pessoas a manifestação era para mostra que é bastante gente trabalhan do em bingo, então o emprego é necessário. "Fazer o quê? espero que regularize", disse o encarregado.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

A Associação da Parada Gay também estava presente

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Mulheres lésbicas e bi mostram a cara

A caminhada reuniu diversas pessoas

domingo, 10 de junho de 2007

Caminhada das lésbicas tem diversidade e discurso político

A 5ª caminhada das lésbicas ou "parada das lésbicas" que aconteceu na sexta-feira (08/06/2007) na avenida Paulista em São Paulo teve enfoque político e reuniu um bom número de pessoas.

Luciany Bosan de 18 anos, estudante de Letras, que não se esteriotipa em nenhum quadro (lésbica ou bissexual) estava divulgando o disk denúncia contra a homofobia, trabalhando para o deputado estadual Carlos Giannazi do PSOL (www.carlosgiannazi.com.br). A menina afirmou que freqüenta a parada lésbica há dois anos e a gay há cinco. Para Bosan o sentimento que a caminhada traz é o de democracia, liberdade e expressão. E passa uma mensagem a todos os homofóbicos: "Respeite a diferença".

Uma das novidades também foi a agência Pink Penguin, de comunicação visual voltada especificamente ao público GLS. A agência existe há mais ou menos 1 mês. Segundo uma das sócias, Júlia Azevedo Dranger, bissexual, o intuito da Pink Penguin é apresentar um serviço diferenciado com inovação e interatividade num mercado em que muitas vezes o serviço e a linguagem é levada para a um outro lado, mais erótico e pornográfico. A publicitária afirma que objetivo da Pink Penguin é também apresentar um serviço de qualidade, que em flyer de balada é bem ruim. "A gente faz todo o serviço de comunicação visual, criação de logotipo, de fachada, cartão de visita, flyer, folder, cardápio, camiseta personalizada, produto para evento. A gente tá lançando agora, tá investindo pesado em divulgação. Tamo vendendo bottons, bonés, squeezes e temos também outros produtos, uma linha de calcinha, calçado, cueca." Já para a sócia e namorada Fátima Frazão, que freqüenta pela primeira vez a Caminhada das Lésbicas, o importante é defender a causa, apesar de não ser militante. Ela se assumiu há três anos e já tinha participado da parada mas não constantemente, foi a partir do momento que se assumiu como lésbica mesmo, que passou a freqüentar mais o meio GLBT. " É bom ter atitude sem preconceito, independente se é homofobia, racismo ou machismo." Os acessórios da Pink Penguin podem ser adquiridos pelo site www.pinkpenguin.com.br.

Já Ágata que não quis se identificar por completo que tem 27 anos e é homossexual desde os 16 anos; saiu do armário aos 24 e participava da caminhada pela primeira vez. "Eu sou muito feminista", afirmava a moça enqüanto estava abraçada à sua namorada. Segundo ela, a caminhada significa a "igualdade entre as pessoas": "Não há diferença".

Entretanto, nem tudo eram flores, havia um grupo de três pessoas que protestavam gritando em um auto-falante, com ares de saudosismo dos anos 90. A protestante Naemi Silva, do movimento libertário, disse que na época das outras caminhadas não havia carro de som, que antigamente era mais organizado e politizado: "Não era "esse carnaval", e as pessoas eram mais sérias e politizadas."

Jéssica Luiza Rosa das "Jovens Feministas", um grupo que discute a questão da sexualidade,do racismo e machismo; freqüenta o meio GLS há 7 anos. Ativa nas causas homossexuais ela também participa da Liga Brasileira de Lésbicas, uma associação do setor de lésbicas que existe há 4 anos e da Associação Frida Kahlo, um grupo que faz projetos para jovens. "A caminhada é um jeito da gente poder legalizar o casamento civil, de poder se expressar, e poder ter livre expressão". Ela ainda deu a dica de quem quiser participar de alguns desses grupos deve entrar em contato com com ela mesma (Jéssica Rosa) no telefone: (11) 6511-4939.

sexta-feira, 8 de junho de 2007


Léo Áquila arrasa na feira

Igreja evangélica para GLBTs

Muitas barracas na feirinha agitaram o evento
CDs nas tendas de techno

Léo Áquila também marcou presença na feira
O Vale do Anhangabaú lotou

Feira Cultural da diversidade reúne de tudo

A 8ª edição da Feira Cultural GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Trans) que aconteceu ontem no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo reuniu cerca de 100 tendas com os mais diversificados produtos como roupas voltadas ao público GLBT, jóias, comida, livro, e utensílios para o lar. Estiveram presentes desde estrangeiros até surdos e mudos e a população em geral. Diversos artistas se apresentaram e foram aplaudidos.

Uma cover da cantora Cássia Eller foi um dos destaques dos shows, além dela, outros cantores se apresentaram, ao final foi a vez de uma banda feminina de samba para remexer o rebolado do pessoal que estava por lá.

Para Cássio Rodrigo, coordenador da Coordenadoria da Diversidade Sexual da prefeitura de São Paulo, a feira nasceu para promover um pouco da cultura GLBT: " Há expositores, estilistas GLBT. A outra parte da feira é a de informação para a comunidade, onde a parada sempre agregou as ONGs que trabalham com esta informação. Tinha muitas ONGs que trabalhavam com DST-Aids, depois começaram as que trabalham com educação, como o grupo Corsa, hoje tem a coordenadoria que trabalha com direitos humanos", disse o encarregado.

Já para Thiago Arquipenco, que tinha uma barraca de roupas, faz a feira desde 2003, quando era ainda pequena no Largo do Arouche, disse que o valor cobrado pela administração por metro quadrado agora no Vale do Anhangabaú, é maior. E a divulgação no novo lugar foi pequena já que turistas que estavam acostumados com o lugar de antes. A barraca tinha roupas inspiradas em músicas como por exemplo "Boys just want to have fun", paródia da música de Cindy Lauper.

Márcio Freitas que freqüenta há sete anos a feira acha que a primeira vez sempre é a melhor por causa da novidade, mas disse que curte: "Eu cheguei agora, ainda não deu para avaliar, mas tá tranqüilo".

Valdemar Pereira, pastor da primeira igreja evangélica GLBT, que existe há 2 anos e pode acomodar 1.000 pessoas, a Congregração Cristã do Evangelho para Todos, que ajudou a erguer a igreja, disse que Cristo não faz concepção de pessoas citando um trecho do evangelho: "Em atos 10 34 que ele não faz acepção de pessoas, ele já fazendo acepção de pessoas, ele já me aceita do jeito que eu sou, ele me aceitando do jeito que sou, eu posso servir ele em espírito e verdade", disse ele. A igreja Congregação Cristã do Evangelho para todos fica na rua das Palmeiras, 250, metrô Santa Cecília. Tel. (11) 3362-1241.

Já Péricles

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Visuais diversificados fazem bem aos olhos
Ator conta crônica que satiriza os políticos transformando-os em macacos
Thiago Mine Vieira, uma expressão corporal maravilhosa

Teatro no Centro Cultural São Paulo desconstrói o público

A peça "Desconstruindo" de Cesar Ribeiro em cartaz no Centro Cultural São Paulo (rua Vergueiro, 1000, porão) aos domingos até o dia 8 de junho é um bom exemplo do teatro experimental que retrata o olhar da contemporaneidade. Com um quê de criatividade e boa idéia a "peça" interage com o público de maneira muito diferente e bastante experimental. Ela passa através de crônicas um retrato de nossa sociedade nos aspectos éticos, políticos e sexuais.

Ao entrar numa peça, um espectador pensa que vai sentar em sua cadeira e esperar o espetáculo começar, mas não é bem assim que acontece em "Desconstruindo". No início, em um porão escuro do centro cultural ouve-se uma voz dizendo que a "platéia" é livre para fazer o que quiser, comunicar-se com os atores, sair do porão, ou qualquer outra coisa; ou seja os presentes podem fazer o que quiserem. Os atores estão espalhados pelos contos do subsolo, contando contos cada um em um lugar diferente do porão, e cabe aos espectadores o trabalho, ou melhor à diversão de se dirigir a eles e deliciar-se com as histórias interpretadas.

Em um arranjo estético "desarranjado", as diversas histórias de autoria de Cesar Ribeiro vão dando espaço para as interpretações do público ouvinte. As crônicas se revezam entre o cara que é fissurado por bundas, um garçom gay que tenta fazer o máximo para conseguir um beijo de um outro homem mas não consegue, e um mundo animalesco que se torna humano. No início pode parecer confuso mas com o tempo os espectadores se acostumam com a forma do espetáculo. Ao todo cerca de 8 atores trabalham contando histórias repetidamente sem cessar um minuto mesmo que em frente de sua arquibancada improvisada não haja ninguém, eles usam maquiagens muito brancas e vestem os mais variados tipos de roupas, que são em sua maioria o personagem de que estão contando as histórias. Uma das mais envolventes é provavelmente a de um homem casado que está enjoado do casamento e corre atrás de novas "bundas" para serem apreciadas e comidas.

Não obstante, outro grande contador de histórias e ator que se revela é ator mestiço Thiago Mine Vieira, que se destaca pela sua grande estética corporal, sua crônica é de um homem que perdeu a perna. Ele é ator há 5 anos e se profissionalizou há 2. Esta é a primeira grande peça de atuação. " O texto (dessa peça) é meio surreal, então você não tem uma conexão de uma idéia com a outra, é difícil de você pegar, tem que criar um subtexto próprio. Apesar de ter uma narrativa clara, a história, o cara vai, perde a perna procura, no final das contas morre numa danceteria. Ele (Ribeiro) usou uma linguagem diferente, não só a história é surreal como o jeito que ele escreveu é surreal, então por isso foi difícil. Eu faço um texto de dois minutos em 1h15 e isso acaba virando uma espécie de mantra, ainda mais que eu tenho uma movimentação muito louca e você acaba ficando assim dopado. É maluco pra mim que tô fazendo, não sei pra quem tá olhando". Quanto ao espetáculo Mine disse que a idéia era mesmo fazer a "desconstrução": "O próprio texto é pretexto. O grande lance é o cara chegar aqui e ver um espetáculo de fato desconstruído, ele vê o que ele quer, da maneira que ele quer, se ele não entender acho que isso não interfere, porque eu acho que a gente acaba trabalhando numa camanda de entendimento que ela é meio sinestésica, então ele (o visitante) pode estar às vezes vendo um ator falar, estar ouvindo este ator tá falando e pode tá olhando para um outro, então as histórias vão se cruzar, e mesmo que ele esteja tentando assistir uma peça ele vai ser interferido por uma outra que tá sendo dita alí, então eu acho que na verdade essa experiência que ele tem é mais valiosa que o entendimento de cada texto individualmente. Se a pessoa puder entender melhor, ou não, mas enfim, ela vai ter a experiência X dela, se a outra pessoa não entender nada. Hoje tinham crianças aqui e elas vão ter a experiências dela. Como peça eu acho que essa é a proposta e nisso que eu tô dentro. A proposta é desconstruir e quem constrói é o público. "

Para a estudante Marília Xavier Assunção esta é a primeira peça que ela "assistiu" que tem uma outra forma."Onde os atores foram colocados eu achei muito legal, a luz do lugar, e a simplicidade que ficou bonita, ficou uma coisa que você se sente mais confortável." Ela diz que o teatro é muito formal e define o que achou com a palavra "desconstrução": " Eu achei que ficou bem legal a questão de você estar na frente mesmo do ator, cara a cara, é uma coisa mais pessoal, você estar em conexão maior com o ator." As crônicas que Marília mais gostou foi a do rapaz do boteco, do rapaz da impotência sexual, e do garçom. A estudante também elogiou a maquiagem e as vestimentas dos atores.

Já para o ator Rafael Menta que assistiu à peça, disse que gosta muito do texto ousado de Ribeiro que é bem ousado e interessante. "É engraçado, é bom, o que eu mais gostei foi o das bundas, o personagem é engraçado é um humano, todas as idéias e teorias que ele tem sobre as bundas. E também do texto dos macacos que tem umas sacadas políticas engraçadas, umas alfinetadas políticas." Mas criticou com relação ao espaço. " O espaço não ajuda muito, é cheio de eco, e muito aberto, então acaba um texto influenciando no outro e os atores tem que se esforçar muito para falar mais alto, mas é bom, é interessante, é legal, diferente, te coloca numa coisa que não fica confortável, e ao mesmo tempo fica confortável porque você pode fazer o que quiser, fumar, atender o seu celular. O que eu não gostei foi que o espaço é muito aberto, foge muito o som, mas acho que era a proposta mesmo dele."